Resumo: Dirt float ou Dirty floating, popularmente conhecido como flutuação suja, é o modelo utilizado aqui no Brasil desde janeiro de 1999.
Dirt float ou Dirty floating, popularmente conhecido como flutuação suja, é o modelo utilizado aqui no Brasil desde janeiro de 1999 até os dias atuais, em que a composição das taxas cambiais é determinada por meio da lei de oferta e demanda, prática denominada pelo termo flutuação, além da intervenção indireta do Banco Central do Brasil (BCB) que tenta manter a variação cambial de acordo com os objetivos predefinidos pela política econômica monetária, prática pela qual é utilizado de forma pejorativa o termo suja.
Para que essa intervenção se torne possível, o BCB utiliza instrumentos como a compra e venda de dólares sem aviso prévio no mercado e/ou negociando a compra e venda de contratos no mercado futuro (swaps cambiais) por meio da B3.
Desde a implantação do plano real no Brasil, em meados de 1994, o Brasil passou por alguns modelos para a composição das taxas de câmbio, como por exemplo a âncora cambial, em que o dólar custava no máximo R$ 1,00 porém era permitido a flutuação abaixo desse valor, além das bandas cambiais, em que essa variação cambial poderia oscilar entre um valor mínimo e máximo preestabelecidos pelas políticas do próprio BCB. No entanto, com as crises financeiras internacionais e a crise cambial de 1999, o Brasil foi pressionado a adotar o sistema de taxas flutuantes, como o dirty floating.
A adoção do modelo de dirty floating abriu novos horizontes para a economia brasileira ao permitir que a taxa de câmbio pudesse ser definida pelo mercado que, além de aumentar consideravelmente as reservas internacionais do país, ajudou também a equilibrar o saldo da balança comercial, aumentando as exportações e reduzindo as importações.