O Paradoxo de Leontief, descoberto por Wassily Leontief em 1953, trouxe uma contradição em relação à teoria tradicional do comércio internacional. Leontief constatou que, nos Estados Unidos, as exportações eram mais intensivas em trabalho do que as importações, ou seja, era necessário menos capital por trabalhador para produzir US$1 milhão em exportações em comparação com a produção de US$1 milhão em bens importados substitutos.
Essa descoberta contradizia a suposição empírica de que os Estados Unidos possuíam uma abundância de capital em relação ao trabalho, assim como a formulação teórica do modelo de Heckscher-Ohlin do comércio internacional. De acordo com esse modelo, um país tende a exportar bens que utilizam intensivamente o fator de produção relativamente abundante e importar bens que utilizam intensivamente o fator de produção relativamente escasso. No entanto, o Paradoxo de Leontief mostrou um caso em que a teoria não era confirmada pela prática.
Esse paradoxo trouxe desafios para a compreensão das relações comerciais internacionais e questionou as bases teóricas do modelo de Heckscher-Ohlin. Diversas explicações foram propostas ao longo do tempo para tentar resolver essa contradição, como a presença de outros fatores não considerados no modelo, como tecnologia e diferenças de qualidade entre os bens.
O Paradoxo de Leontief serve como um lembrete de que a realidade econômica é complexa e nem sempre se encaixa perfeitamente em modelos teóricos. Ele nos faz refletir sobre a necessidade de uma análise aprofundada e flexibilidade na compreensão das relações comerciais internacionais, levando em consideração múltiplos fatores que influenciam o comércio entre os países.