O Proálcool é um programa criado pelo governo federal em 14/11/1975, com o objetivo de desenvolver a produção de álcool e sua comercialização como substituto da gasolina.

A meta prioritária do programa era a substituição de um derivado de petróleo importado, visando a redução da evasão de divisas. Além disso, o Proálcool tinha objetivos sociais e econômicos, como a geração de novos empregos no campo, a diminuição do êxodo rural, a redução das disparidades regionais de renda e o fortalecimento da indústria automobilística e de máquinas e equipamentos, como a construção e montagem de destilarias.

Inicialmente, o álcool era utilizado em mistura com a gasolina, em uma proporção de até 20% de álcool anidro. A partir de 1979, começou a ser vendido em postos de abastecimento como um novo combustível, conhecido como álcool hidratado, ao mesmo tempo em que as fábricas de veículos passaram a comercializar modelos desenvolvidos para sua utilização.

Para fortalecer o programa, o governo federal apresentou algumas vantagens aos proprietários de veículos a álcool, como abastecimento aos sábados, preço máximo de 65% do preço da gasolina e redução da Taxa Rodoviária Única. Além disso, o governo financiava os projetos de instalação de destilarias a juros subsidiados para garantir o abastecimento.

Em 1982, o governo federal intensificou suas ações para fortalecer o Proálcool, que estava ameaçado por medidas e contramedidas, além de possuir uma imagem negativa. Foram estabelecidos o teto de preço do álcool em 59% do preço da gasolina (por dois anos), redução do preço dos carros a álcool em relação aos modelos a gasolina e a Caixa Econômica Federal passou a financiar carros para motoristas de táxi em condições mais favoráveis.

O Proálcool também teve efeitos negativos. Grandes projetos foram aprovados e financiados, resultando na formação de grandes latifúndios que expulsaram os pequenos proprietários e ocuparam terras anteriormente destinadas à produção de alimentos. A mecanização intensa da lavoura da cana-de-açúcar não ampliou a oferta de empregos no campo, levando à concentração de renda nas mãos de poucos. Além disso, a expansão da lavoura de cana-de-açúcar encareceu os produtos alimentícios, que passaram a ser produzidos em locais mais distantes dos centros consumidores e em terras menos férteis.

Por fim, o Proálcool foi desenvolvido supondo um aumento constante no preço do petróleo. A queda nos preços na década de 80 acabou tornando o álcool mais caro do que o derivado de petróleo que ele pretendia substituir. Em termos de preços de 1981, a gasolina custava US$ 35,00 o barril, enquanto o álcool custaria cerca de US$ 80,00 a US$ 90,00 por barril equivalente.